segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sobre amores que vêm e amores que vão




Tem dia que que é foda. Me desculpem o palavrão logo assim na primeira frase. Não costumo me utilizar desse palavreado, mas é que ainda não consegui nenhuma outra palavra que definisse tão bem o que sinto.
Vamos lá, #partiumimimi.
Hoje passei o dia pensando no quanto é difícil esquecer um amor. Na verdade, não consegui chegar a uma conclusão se isso é possível. O tempo passa, e o ciclo recomeça: você conhece alguém, começa a sair, dividem as dores, os sorrisos, a cama e fim. É, quando parece que está tudo bem e que o amor voltou a bater na porta, você quebra a cara de novo. E de novo. E de novo. As vezes penso que fiquei viciada em amores imperfeitos.
Não sei se é a idade que me fez mais dura e menos acessível ou se são os astros que resolveram conspirar contra a minha vida amorosa. Só sei que cada vez menos acredito que um dia vou ficar bobinha apaixonada de novo. Será que existe amor após os 30?
Pronto! Lá vem de novo a crise dos 30!
Tictac, tictac o relógio biológico não para de apitar. As amigas casando, tendo filhos, e ó, quero deixar claro que existe zero recalque do lado de cá. Quero que cada uma delas tenha uma vida recheada de felicidades! Mas assim, eu também quero ser feliz.
Não posso ver uma criança brincando que a sensação que tenho é que meu útero chega a palpitar! Nesse final de semana ganhei um abraço apertado de uma fofinha que estava fazendo um aninho. Abraço apertado, daqueles sem interesse, sem pressa, cheio de amor. Quando essas coisas acontecem fico pensando que por mais que eu queria me enganar, foi para isso que nasci. Para ser mãe, esposa, filha e neta. Sou boa profissional, mas os outros papeis é que quero exercer com excelência.
Ai te pergunto: e quem é que aguenta isso? Quem é que vai dividir comigo essa vontade? Bom, acho que ainda não sei.
Preciso confessar que hoje revirei meu passado. Vi fotos, reli e-mails, cartas, cartões, ouvi músicas e fiz tudo aquilo que não devemos fazer. Combo completo. Com direito a pensar em todos os “e se” que não aconteceram, nem irão acontecer jamais. Acho que faço isso para lembrar como era ter alguém. Como era acordar e pensar em alguém. Como era dormir pensando em alguém. Agora durmo pensando: amanhã é dia de pilates ou muaythai? Humn, tenho que ver que dia é a audiência do fulano! O que tenho de comprar para fazer os doces dessa semana? Triste né?
Saudades de cozinhar para alguém a comidinha que ele gosta, de dormir de conchinha sob protestos do tipo meu braço tá dormente e seu cabelo está na minha cara, de falar as maiores obscenidades que jamais imaginaram que poderiam sair da minha boca, de sonhar junto, de planejar as férias e de me sentir segura de poder ser quem sou sem precisar mentir.
Essa é outra coisa que não sai da minha cabeça. Não consigo mais fingir nem por um segundo para agradar ninguém. O sistema está bruto. Toma lá, dá cá. Também não estou suportando cobrança. A notícia boa é que estou cada dia cobrando menos. Mas será que isso é bom mesmo? Porque cada dia que passa, me acho mais insuportável e menos propensa a encontrar alguém que aguente as minhas chatices.
Acho que chega de sessão terapêutica por hoje. Fico por aqui, e apesar de cada vez achar que as chances de eu encontrar alguém pra dividir a vida fica menor e menor conforme o tempo passa, ela persiste. Afinal, vai que a vida me dá uma chance né? Porque se der, pode ter certeza que eu a agarrarei com todas as minhas forças!
Um beijo com poucas esperanças, mas cheio de amor,